Por via de mais um importante investimento da Câmara Municipal de Cascais, a Parede dispõe de um polo cultural de grande relevância com a entrada em funcionamento da Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos. Aqui nasceu o Centro de Investigação de Ciência e Arte Maria de Sousa, consagrado à investigação, divulgação e caracterização dos espólios de eminentes figuras da nossa contemporaneidade, doados ao Município de Cascais para fruição pública.
Doada à Câmara Municipal de Cascais, em 19 de maio de 2004, por testamento de Irene Quilhó, a Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos foi sujeita a profundas obras de reabilitação, através de um importante investimento municipal, ficando a obra a cargo dos arquitetos Nuno Simões e Sérgio Rebelo (Prémio Valmor, 1989).
Construída em 1930, com destaque para as características Art-Déco, a Casa reabriu portas, disponibilizando ao público um magnífico espólio documental (bibliográfico, arquivístico e fotográfico) que contém os arquivos pessoais de Reynaldo dos Santos, de Irene Quilhó e de seus filhos João Carlos e Luís Alberto Quilhó Jacobetty. Destaque para a documentação especializada em Medicina e História da Arte, a partir do Arquivo e Biblioteca dos professores Reynaldo dos Santos e Maria de Sousa, que também doou o seu arquivo científico.
A recuperação deste emblemático edifício na Parede, para a instalação do Centro de Investigação Ciência e Arte Maria de Sousa, é parte integrante do projeto "Pela Arte e Pela Ciência", refletindo contribuições de notáveis em áreas tão diversas como investigação em saúde, pós-graduação, história da arte, ourivesaria, gravura e teatro.
Com um investimento de 1 milhão e 600 mil euros, a reabilitação incluiu a remodelação dos espaços para receber o espólio da família, beneficiação de acessibilidades, uma sala multiusos com a dotação de 42 lugares e a requalificação dos jardins, e uma unidade de habitação destinada a residências de investigação científica.
Pretendeu-se com a reabilitação, conservação e restauro dos espaços interiores e exteriores com reconhecido valor patrimonial no contexto do núcleo histórico da Parede, dotar a casa de condições de funcionalidade, conforto e segurança, com respeito pelos sistemas construtivos existentes, bem como pela traça original do edifício.
Foi feita ampliação, por meio de um novo corpo edificado, destinado à instalação de uma Sala Multiusos, área de arquivos para acolhimento do espólio da Profª Maria de Sousa.
A requalificação do jardim veio melhorar o sistema de acessos e as condições de iluminação geral e específica. Procurou-se ainda, a partir de uma reconfiguração dos espaços, potenciar a realização de futuros eventos ou de outras atividades de carácter lúdico-cultural ao ar-livre.
O Centro de Investigação de Ciência e Arte Maria de Sousa
Faz parte do acervo da casa, para além dos objetos artísticos (os mais emblemáticos estão expostos no Palácio da Cidadela de Cascais), um espólio documental muito importante que junta as Bibliotecas e os Arquivos pessoais de Reynaldo dos Santos e de sua mulher Irene Quilhó dos Santos, bem como os dos filhos do primeiro casamento de Irene Quilhó, e o Arquivo Científico da Profª. Maria de Sousa, doado à Autarquia em 2012.
Estes Arquivos pessoais e profissionais contêm documentação que permite estudar estas personalidades do ponto de vista da carreira, dos hobbies e enquanto cidadãos intervenientes na vida cultural e social do seu país e, através delas, a História do século XX. As Bibliotecas pessoais são espelho dos seus interesses culturais e das suas investigações, História da Arte, Medicina e Literatura.
O Centro de Investigação de Ciência e Arte Maria de Sousa, na Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos, está aberto ao público de segunda a sexta, das 9h às 17h, como centro de documentação, podendo todos os interessados realizar qualquer consulta ao arquivo por marcação prévia.
O espaço poderá acolher diversas atividades no âmbito da temática dos diferentes acervos, nomeadamente lançamentos de livros, apresentação de teses de mestrado e/ou doutoramento, conferências, colóquios, exposições, entre outros, bem como o acolhimento de projetos das diversas instituições locais da comunidade concelhia.