A mostra constitui uma homenagem a esta personalidade cuja obra fica marcada por importantes intervenções no concelho. No Estoril materializou o projeto do arquiteto Henri Martinet para a estação marítima, climatérica, termal e sportiva, idealizada por Fausto de Figueiredo. Em Cascais foi também autor do projeto de saneamento da vila, em 1914, tendo por base um inovador processo de depuração biológica.
Dedicada à vida e obra de Silva Júnior, nesta exposição podem ser vistos alguns do seus mais emblemáticos projetos, cujos originais foram depositados pela Casa do Alentejo no Arquivo Histórico Municipal de Cascais
Apesar de não ter cursado na Sociedade de Belas-Artes nem pertencer à Sociedade dos Arquitetos Portugueses, Silva Júnior é autor de centenas de projetos nas mais diversas áreas. Na sua vasta obra destacam-se em Lisboa os das fábricas de cerveja Estrela, Fénix e Germânia (atual Portugália), do Magestic Club (hoje Casa do Alentejo), do Hotel Central, do quartel para os remadores da alfândega, da estação aduaneira da Doca de Alcântara, da Escola Superior de Farmácia, do Posto de Medicina Veterinária, das novas instalações fabris da Casa da Moeda e de alteração da Praça do Campo Pequeno, para além de diversas habitações. Seria distinguido com uma menção honrosa do Prémio Valmor, em 1914, pela moradia dos números 5-7 da Rua Pascoal de Melo.
Marcada por um gosto eclético, a obra de Silva Júnior, foi largamente difundida em revistas da especialidade, como A Arquitetura Portuguesa e A Construção Moderna. Gizou, ainda, visionariamente, a Atlântida, traçando os esquemas de uma arquitetura iniciática, materializada no projeto para a Sociedade Teosófica, que fundou em Portugal, à semelhança da Liga Portuguesa de Defesa dos Animais. Foi, também, membro da Academia das Ciências e da Sociedade Protetora dos Animais de Lisboa.
António Rodrigues da Silva Júnior, filho do pintor António Rodrigues da Silva, nasceu em Paris a 29 de abril de 1868. Tendo concluído, em 1895, o curso do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, em 1901 era já funcionário da Alfândega de Lisboa, vindo, então, a ser nomeado adjunto do Condutor de Obras Públicas e ascendendo, depois, ao lugar de Chefe da Secção de Obras e Condutor de Trabalhos, que desempenhou durante 35 anos. Em 1921 assumiu a direção técnica da Comissão Administrativa das Obras da Casa da Moeda, ocupando, ainda, diversos cargos de direção técnica, em comissões administrativas.
Silva Júnior faleceu em Lisboa em 1937.
A mostra ficará patente ao público até 31 de agosto, de 2.ª a 6.ª feira, 9h00-17h00. Sábados, domingos e feriados, das 10h00-18h00. Entrada Livre