"A ecologia humana não pode viver sem a ciência. Cascais fica mais rico, mais sustentável e mais ecológico com estas iniciativas". Palavras de Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais na apresentação dos novos projetos científico-culturais que unem a autarquia e a Fundação D. Luís I. Visando a promoção de estudos sobre escritores destacados que viveram no concelho e a apresentação pública do trabalho de investigação em diversas áreas, os novos projetos procuram explorar "a possibilidade de cruzar o conhecimento com a sensibilidade de cada um".
Iniciativa da Fundação D. Luís I em articulação direta com o Bairro dos Museus, a "Cátedra Cascais Interartes" vai centrar-se no município de Cascais, enquanto espaço de globalização cultural e artística. O objetivo, como refere Salvato Teles de Menezes, presidente da Fundação D. Luís I, é "estudar quatro grandes escritores: Branquinho da Fonseca, David Mourão Ferreira, Herberto Helder e Ruben A., que viveram em Cascais". Na prática, a missão da Cátedra "será promover e apoiar iniciativas que visem a divulgação das suas obras" junto de diferentes públicos, salientou ainda.
A "Cátedra será um espaço de liberdade", destacou desde logo o Professor Mário Avelar, diretor executivo do projeto reforçando: "os olhares que iremos debruçar sobre estes escritores serão livres de qualquer limitação ou pressão".
"Projeto Pela Arte e Pela Ciência"
Ideia que a investigadora, cientista e escritora Maria de Sousa teve há mais de 20 anos, o projeto "Pela Arte e Pela Ciência" visa colmatar uma inquietação sua: "quantos dos nossos jovens cientistas não são reconhecidos no nosso país e são reconhecidos no estrangeiro?"
"A ciência rompe o tecido da cultura", referiu Maria de Sousa, investigadora, que reconheceu a preocupação do Município de Cascais com a cultura em geral, acrescentando: "este projeto vai para além disso".
Parte integrante do projeto "Pela Arte e Pela Ciência" é a recuperação da Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos, na Parede, a cargo do arquiteto de Nuno Simões, com um investimento municipal. A apresentação ao público irá arrancar com os espólios de Reynaldo dos Santos, Maria de Sousa, Irene Quilhó dos Santos, Luís Alberto Quilhó Jacobetty e de outros notáveis, refletindo contribuições em áreas tão diversas como investigação em saúde, pós-graduação, história da arte, ourivesaria, gravura e teatro.