A nova exposição da Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais exibe diferentes tipologias de relógios nacionais e europeus produzidos entre os séculos XVII e XIX, a época áurea da relojoaria mecânica. A organização é da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I, no âmbito da programação do Bairro dos Museus. Curadoria de José António Proença, Conservador de Museus.
De 27 de maio a 10 de setembro de 2023, a Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela mostra Engrenagens do Tempo: A Arte da Relojoaria Mecânica, uma exposição de relógios de produção nacional e europeia - nomeadamente de países como França, Inglaterra, Suíça, Alemanha, Holanda e Bélgica – com todo o engenho, o requinte e a ostentação da arte da relojoaria mecânica.
Ao percorrer as salas da galeria, deparar-se-á com deslumbrantes relógios de mesa, de parede, de bolso, de caixa e um de relojoaria sérvia do XVIII, utilizado nos campanários das igrejas, destacando-se dois exemplares da autoria do prestigiado relojoeiro suíço Abraham-Louis Breguet (1747-1823).
As peças são provenientes de instituições públicas e privadas, entre outras, da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, do Museu Medeiros e Almeida, do Museu do Relógio (núcleos de Serpa e Évora), da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, do Museu das Comunicações em Lisboa e do Museu Condes de Castro Guimarães em Cascais, para além de diversos colecionadores privados.
A exposição Engrenagens do Tempo: A Arte da Relojoaria Mecânica vai, por um lado, ao encontro do investimento da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I, numa política de estudo e de divulgação dos seus acervos e, por outro, de dar a conhecer coleções de prestígio, contando para isso com o apoio de investigadores de diferentes áreas da relojoaria mecânica, uma temática tão pouco estudada e divulgada.
Os textos para esta iniciativa, ímpar em Cascais e no país, são da autoria de Lúcia Marinho, Fernando Correia de Oliveira e Luis Couto Soares, tendo a assessoria científica destes dois últimos investigadores, que se perfilam entre os mais reputados conhecedores e estudiosos de relojoaria mecânica em Portugal.
As primeiras descrições de relógios mecânicos de que temos conhecimento na Europa datam do século XIII, mas é de construção mais tardia, 1386, o mais antigo exemplar que chegou até nós e que se preserva na catedral de Salisbury em Inglaterra [...].
Anos mais tarde, logo que os modelos de relógios começam a entrar no interior dos ambientes familiares e gradualmente a integrar a decoração das divisões mais consideradas da casa, houve a "preocupação" em dotá-los de um aspeto e um brilho cintilantes. Esta aparência era-lhes proporcionada pelo revestimento a dourado das estruturas, sobressaindo da restante decoração. Acresce a estas peças a profusão e densidade decorativas, onde pontificam elementos arquitetónicos, enrolamentos vegetalistas, figuras, grotescos e ponteiro das horas de formas estranhas e insólitas, reveladores da intenção em lhes conferir ainda um maior realce decorativo, e logo de mais fácil integração nos programas decorativos das residências mais abastadas da época.
José António Proença, Curador
A exposição Engrenagens do Tempo: A Arte da Relojoaria Mecânica poderá ser visitada, de 27 de maio a 10 de setembro, de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e as 14h00 às 18h00 (última entrada às 17h40)
Palácio da Cidadela de Cascais | Galeria de Exposições
Av. Dom Carlos I
2750 – 642 Cascais
Saiba mais no site da Fundação D. Luís I sobre Engrenagens do Tempo - A Arte da Relojoaria Mecânica