A partir de 29 de outubro, o Centro Cultural de Cascais apresenta "Encarnar a sombra", uma exposição inédita com obra do artista plástico português António Gonçalves (Vila Nova de Famalicão, 1975). A mostra acontece numa iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais no âmbito da programação do Bairro dos Museus e estará patente até 11 de fevereiro de 2024.

Com curadoria do próprio artista, "Encarnar a sombra" reúne cerca de 80 pinturas selecionadas a partir da sua produção mais recente. Realizadas com guache, acrílico, tinta da china, pastel, óleo e grafite sobre os mais diversos suportes, como tela, papel, madeira e zinco, as pinturas examinam a intereção vital entre a luz, a matéria e a sombra.

Nestas pinturas, o artista explora a ideia de que "pela luz acedemos às formas, às cores, às texturas, à imensidão do mundo que nos rodeia, e, não atravessando essa mesma luz a matéria, projecta-se, assim, a sombra". O ato de encarnar a sombra é, para António Gonçalves, "resgatar à ausência da luz a existência da carne, é tornar presente o pulsar do desejo. É revelar para além da matéria, procurar na imensidão do negro a plenitude do gesto".

Por ocasião da mostra, a editora Documenta publicará o catálogo "Encarnar a sombra", numa edição bilingue (português-inglês), reunindo reproduções de todas as obras em exposição no Centro Cultural de Cascais, acompanhadas de um texto de autoria da crítica literária Eliane Robert Morais sobre o trabalho artístico de António Gonçalves.

Sobre o artista | Pintor e curador, António Gonçalves, é doutorado em História da Arte pela Universitat de les Illes Balears, Palma Maiorca, Espanha (2020). Licenciou-se em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2000) e frequentou a Escola Soares dos Reis, no Porto. É professor dos Cursos de Formação Contínua na Faculdade de Belas Artes do Porto desde 2017 e em 2022 assumiu o cargo de Professor Convidado na mesma instituição. Foi ainda Professor Adjunto na Escola Superior Artística do Porto extensão de Guimarães, de 2002 a 2014. Entre 2002 e 2018 foi Diretor Artístico da Fundação Cupertino de Miranda, onde também desempenhou o cargo de Administrador (2010-2018). Desde 2015 é curador da Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão e desde 2023 é Director do Museu Nogueira da Silva em Braga.

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