Já pode ver as pinturas do artista português João Moniz, em exposição no Centro Cultural de Cascais. A mostra "Plurais do Branco", uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais no âmbito da programação do Bairro dos Museus, estará patente até 1 de outubro.
Intrinsecamente poética, a identidade pictórica que João Moniz (Lisboa, 1949) vem construindo ao longo da sua carreira é visível em "Plurais do Branco". O espaço pictural das telas – e assim, o fio condutor das obras e o mote para o título da exposição, é dominado por uma superfície branca, a que Moniz concede textura, com múltiplas variações de sulcos e traços geométricos, que são revelados pela incidência da luz que preenche o ambiente e de onde emergem apontamos de cor, numa gama cromática cuidadosamente estudada, dominada pelos azuis, os amarelos e os vermelhos.
Através das cerca de 68 obras que compõem "Plurais do Branco", produzidas nos últimos 5 anos, João Moniz transmite uma meditação serena sobre a espiritualidade, com referências ao misticismo que o intriga e inspira desde que, nos finais dos anos 90, empreendeu uma viagem ao Oriente, que o próprio considera uma experiência profundamente transformadora.
Para o historiador de arte, museólogo e curador Fernando António Baptista Pereira, "a poética pictural que João Moniz vem construindo ao longo dos últimos anos ilustra bem o princípio da variação como 'janela' para o infinito das possibilidades criativas (...) o pintor exerce, assim, dentro de uma gama circunscrita de temas e motivos, um trabalho criativo de variação potencialmente infinito e inesperadamente 'novo' a cada imagem que observamos".
João Moniz (Lisboa, 1949) formou-se em Pintura na École Nationale Supérieure des Beaux Arts de Paris, onde foi discípulo do pintor belga Gustave Singier (1909 – 1984). Em Lisboa, estudou Artes Decorativas na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Trabalha entre o Algarve e Paris, onde mantém um atelier no mítico edifício Bateau-Lavoir, há mais de 30 anos. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação do Oriente. Esta última, permitiu-lhe viver largos meses em Macau, experiência que para sempre influenciaria o seu trabalho. Desde o início dos anos de 1970, expõe individual e coletivamente em Portugal, França, Macau, Hong Kong, Luxemburgo, Alemanha, Espanha, Itália e Roménia. A sua obra está representada em numerosas coleções em Portugal, Estados Unidos e Ásia.
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JOÃO MONIZ – PLURAIS DO BRANCO
De 30 de julho a 1 de outubro de 2023
Centro Cultural de Cascais – Piso 1
