A escritora franco-marroquina Leïla Slimani reside em Cascais, em outubro, no âmbito do programa de Residências Internacionais de Escrita Fundação D. Luís I, que proporciona a autores de todo o mundo uma experiência única no país inspiração para criarem a sua obra, usufruindo do bem-estar, paisagem e ambientes que se vivem nesta Vila.
Escritora, jornalista, diplomata e representante pessoal do Presidente Emmanuel Macron na Organização Internacional da Francofonia, Leïla Slimani é um dos expoentes da literatura francófona, best seller mundial e autora de uma obra traduzida em cerca de 50 línguas.
Nasceu em 1981, em Rabat, Marrocos, numa família de expressão francófona. Aos 17 anos partiu para Paris, onde estudou Ciências Políticas. Antes de se dedicar à escrita, trabalhou como jornalista. Publicou o primeiro romance — No jardim do ogre — em 2014 e obteve imediato reconhecimento da crítica e dos leitores, conquistando o Prémio Mamounia.
Em 2016, Canção Doce reconfirmou o seu papel nas letras francesas e valeu-lhe a atribuição do prestigiado Prémio Goncourt, o mais importante prémio literário francês. Publicado em mais de quarenta países, e com mais de um milhão de leitores espalhados pelo mundo, Canção Doce foi adaptado ao cinema e eleito um dos dez livros do ano pelo New York Times Book Review. O País dos Outros, o seu terceiro romance, venceu o Grand Prix de l'Héroine Madame Figaro.
Além dos romances, Leïla Slimani tem publicados vários livros de ensaio e opinião, a par da sua atividade cívica em defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Liderou uma campanha para ajudar as mulheres marroquinas a reclamar os seus direitos, o que lhe valeu o Prémio Simone de Beauvoir para a Liberdade das Mulheres. Os seus três romances estão publicados em Portugal na Alfaguara.
RESIDÊNCIAS INTERNACIONAIS DE ESCRITA FUNDAÇÃO D. LUÍS I | Organizadas pela Fundação Dom Luís I, no âmbito da ação cultural da Câmara Municipal de Cascais, coordenadas pela escritora e crítica literária Filipa Melo e efetuadas exclusivamente por convite, as Residências Internacionais de Escrita Fundação D. Luís I permitem a cada autor-residente uma estada na vila de Cascais, fornecendo-lhe um espaço para alojamento e um espaço para criação.
Inauguradas com a residência de Olivier Rolin, em 2018, acolheram em seguida o romancista norte-americano Michael Cunningham (maio a julho de 2019), o romancista inglês Jonathan Coe (outubro a dezembro de 2019), o romancista espanhol Javier Cercas (junho a julho 2021), a romancista brasileira Nara Vidal (outubro e a dezembro 2021) e a ensaísta e jurista norte-americana Noura Erakat (julho de 2023).
Reconhecido internacionalmente, este programa de residências literárias distingue-se por hospedar autores consagrados de todos os géneros e de todo o mundo, convidando-os a mergulharem num ambiente de refúgio propício para relaxar e criar novos trabalhos, bem como contactarem de forma privilegiada com Portugal e a cultura portuguesa.