Por via de mais um importante investimento da Câmara Municipal de Cascais, a Parede vai ser dotada de um polo cultural de grande relevância, com a entrada em pleno funcionamento da Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos, que se consagrará à investigação, divulgação e caracterização dos espólios de eminentes figuras da nossa contemporaneidade doados ao Município de Cascais e disponíveis para fruição pública.
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Com um investimento de €1.350.000,00 (Um milhão, trezentos e cinquenta mil euros), a Remodelação da Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos, na Parede, tem em vista a sua recuperação, adaptação e ampliação para a receção dos espólios de Reynaldo dos Santos, Maria de Sousa, Irene Quilhó dos Santos e Luis Alberto Quilhó Jacobetty, entre outros. Prevê-se uma vertente de divulgação conjunta de Ciência e Arte, disponibilizando diversos espaços da casa e do jardim.
Desta remodelação fará parte a reabilitação, conservação e restauro dos espaços interiores e exteriores com reconhecido valor patrimonial no contexto do núcleo histórico da Parede, dotando-os de condições de funcionalidade, conforto e segurança, com respeito pelos sistemas construtivos existentes bem como pela traça original do edifício.
A intervenção tem por objetivos a remodelação dos vários pisos do edifício, de modo a dar satisfação ao programa de ocupação, o qual inclui a recuperação e a adequação da Casa à receção dos espólios de Reynaldo dos Santos, Irene Quilhó dos Santos, e de seus filhos João Carlos e Luis Alberto Quilhó Jacobetty. Prevê-se ainda o acolhimento do espólio de Bartolomeu Cid dos Santos, nomeadamente o acervo de gravura.
Esta intervenção pressupõe o ajuste de alguma compartimentação interior, a adaptação a pessoas de mobilidade reduzida - que inclui entre outros, a instalação de um sistema mecânico de elevação - e a promoção de condições de adequada conservação dos documentos e objetos.
A ampliação por meio de um novo corpo edificado - a partir da demolição das construções existentes - com uso complementar, destinado à instalação de uma Sala Multiusos, área de arquivos para acolhimento do espólio da Profª Maria de Sousa, e ainda de um conjunto de instalações sanitárias de apoio, uma delas com condições de utilização por pessoas com mobilidade reduzida.
A requalificação do Jardim, melhorando o sistema de acessos e as condições de iluminação geral e específica, valorizadora de elementos pontuais. Procura-se ainda, a partir de uma reconfiguração dos espaços, potenciar a realização de eventos e outras atividades de carácter lúdico-cultural ao ar-livre. Prevê-se que as obras estejam concluídas em março de 2023.
Em 2004 esta casa foi entregue ao Município de Cascais, por doação de Irene Quilhó dos Santos, com o recheio existente e um magnífico espólio documental (bibliográfico, arquivístico e fotográfico) que contém os arquivos pessoais de Reynaldo dos Santos, de Irene Quilhó e de seus filhos João Carlos e Luís Alberto Quilhó Jacobetty.
De características Art-Déco, a Casa Reynaldo dos Santos e Irene Quilhó dos Santos foi mandada construir em 1930 por Eugénio da Silva Teles. Em 1989, foi recuperada e adaptada por Irene Quilhó para sua habitação permanente, após a venda da casa de Reynaldo dos Santos em Lisboa.
Sobre os espólios| Faz parte deste Fundo um importante Arquivo Fotográfico, composto por provas, negativos de vidro e transparências das fotografias utilizadas nas suas publicações, nas exposições que comissariou e na Revista Colóquio Artes e Letras, bem como inúmeras imagens do património nacional enviadas por particulares, quer solicitando o seu parecer de especialista, quer para dar a conhecer e chamar a atenção para o estado do património. O arquivo pessoal de Irene Quilhó contém documentos relativos à sua atividade no Grémio dos Ourives da Prata, estudos de ourivesaria, nomeadamente sobre punções e contrastes, correspondência com membros da sua família e com inúmeras personalidades ligadas ao mundo da arte, principalmente após a morte de Reynaldo dos Santos.
Do arquivo pessoal dos seus filhos é de realçar o Fundo Luís Alberto Quilhó Jacobetty, poeta, ator de teatro e funcionário da Secretaria de Estado da Cultura nos anos 70 do século XX, onde esteve na génese da Animação Sócio Cultural em Portugal, e que contém um importante núcleo de correspondência familiar e com personalidades ligadas ao mundo da cultura, nomeadamente do teatro.
O arquivo científico de Maria de Sousa que se encontrava no seu gabinete na Universidade do Porto, é constituído pelos documentos relativos à sua investigação na área da Imunologia, criação do Mestrado de Imunologia e GABBA (estudos de pós- graduação) e documentação relativa ao seu importante contributo na JNICT, principalmente no que respeita à Avaliação de Unidades de Investigação- Ciências da Saúde, trabalho inédito em Portugal.