Nos anos 40, Henrique Marques Leal Pancada doou o terreno, o Conde de Castro Guimarães deu-lhe o nome e ainda uma verba de 1.240 contos. Mas a grande contribuição viria do Estado, dos Fundos de Desemprego. Assim nascia o Hospital Condes Castro Guimarães que haveria de servir os cerca de 29 mil cascalenses.
Só que, 30 anos depois a população tinha triplicado e os agora 92 mil cascalenses necessitavam de um hospital maior.
É então que um novo provedor da Santa casa de Misericórdia de Cascais, De seu nome Joaquim António Pereira Baraona, teve um papel crucial. Anunciaria, em entrevista ao jornal "A Nossa Terra", a remodelação do Hospital Condes Castro Guimarães.
Muitos duvidaram, mas Baraona arregaçou mangas e vazou bolsos beneméritos. E em pouco tempo arrecadou fundos suficientes para a obra.
Só que o comendador não queria só um hospital remodelado e maior, queria também um hospital moderno. Garantiria, por isso, na mesma entrevista, que Cascais iria dotar o Hospital com a mais moderna tecnologia, só vista até então nos Hospitais norte-americanos.
E se antes desconfiavam, agora os velhos do Restelo gargalhavam. Mas não durante muito tempo. No início de 1973, as obras de remodelação do Hospital começavam e era adquirida a tão prometida e sofisticada máquina de diagnóstico.
O Autoanalyzer. Um aparelho de grande dimensão que, mesmo após a obra do hospital, não cabia no edifício. Temeu-se o pior. O sofisticado aparelho parecia fadado a um futuro falhado, aguardando num qualquer armazém, que a burocracia se dignasse a disponibilizar um espaço condigno.
Mas o provedor não lhes deu tréguas. Descobriu, nas imediações, um pequeno edifício desocupado, em terreno do Estado. E vai de o ocupar em nome da tecnologia de ponta e dos cascalenses. Mais uma vez, enfrentando a burocracia.
Em abril de 1974, o então Presidente Américo Tomaz inauguraria o edifício hospitalar que passava a ter dois serviços. Um de apoio às Consultas Externas e outro que albergava a maternidade, o bloco de partos, a cozinha e a lavandaria.
O Hospital de Cascais, agora renovado, era pioneiro no uso da mais alta tecnologia de então. Para bem dos seus utentes, não havia melhor em Portugal. Só possível em Cascais com a coragem e determinação do Comendador Baraona.
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