O Simpósio, a decorrer até ao próximo sábado, 16 de dezembro, está integrado nesse ciclo-homenagem e tem como objetivo "trazer até Cascais, os mais importantes especialistas, nacionais e internacionais, dando a conhecer as mais recentes abordagens que estão a ser feitas sobre a obra de Fernando Lopes-Graça" referiu o presidente da Fundação D. Luís, Salvato Telles de Menezes.
O tema central da primeira sessão deste simpósio foi a composição "Canto de Amor e Morte" que Fernando Lopes-Graça compôs no início dos anos 60, originalmente, para piano, embora a versão mais conhecida seja para orquestra, tendo também composto uma versão para quarteto.
Fernando Serafim, concertista e professor de canto que durante 16 anos fez parte da companhia residente do Teatro Nacional de São Carlos, com quem Fernando Lopes-Graça tinha grande cumplicidade, esteve presente na audiência e emocionou-se bastante, quando José Eduardo Martins interpretou a versão original ao piano que o próprio recuperou. Ou não fosse Fernando Serafim o primeiro ouvinte de "Canto de Amor e Morte" interpretado pelo próprio Lopes-Graça em sua casa, momentos após compor aquela que muitos consideram ser uma obra-prima.
"Foi uma espécie de agradecimento do Lopes-Graça porque eu é que lhe ofereci o livro do poeta Afonso Duarte, onde ele se inspirou para o Canto de Amor e Morte" explicou Fernando Serafim que acrescentou ter ficado encantado com a interpretação de José Eduardo Martins que lhe recordou a "forma vigorosa com que Fernando Lopes-Graça tocava exatamente como aconteceu aqui."
Fernando Lopes-Graça deixou todo o seu acervo ao município de Cascais que se encontra à guarda do Museu da Música Portuguesa- Casa Verdades de Faria.