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ANA HATHERLY, artista singular e plural, é uma escritora, poeta, ensaísta, tradutora, performer, pintora, cineasta, académica, e poderíamos talvez continuar.
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Nasceu no Porto em 1929. Falando da sua infância nesta cidade, Hatherly conta a Ana Sousa Dias – em 2004, no programa Por outro Lado, da RTP 2 – que a sua avó, que a criou e educou «à moda vitoriana», era «extremamente católica, conservadora, muito severa», e tinha uma particularidade rara que era ser uma grande cinéfila, cujo filme preferido era O Homem Invisível (The Invisible Man, 1933), de James Whale. Hatherly afirmou senti-lo como um filme de terror: «que realmente povoou a minha infância de terror. Nós vivíamos numa casa grande, antiga, o chão rangia, as portas chiavam, e eu [dizia] "ah! O homem invisível...!" Tinha pesadelos! [risos]». Em 2003, apresenta a exposição Mix Media: Dedicado ao Homem Invisível na Galeria Diferença em Lisboa.
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Viveu depois em Lisboa, na Alemanha, no Reino Unido, nos E.U.A.
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Desde cedo, estudou música erudita, nos anos de 1950 foi para a Alemanha para seguir uma carreira enquanto cantora lírica. A música barroca foi a sua primeira vocação, que foi forçada a abandonar.
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Conta a Raquel Santos, em 2003, no programa Entre Nós, como foi na sequência desse abandono que começou a escrever: «realmente a carreira que eu queria ter seguido era a carreira da música. E estudei música, passei pelo conservatório de Lisboa, depois fui para a Alemanha especializar-me, e depois adoeci gravemente, e fiquei impossibilitada de seguir a carreira musical. E foi quando tive que renunciar por razões de saúde a essa carreira que estava em hipótese apenas, então é que eu comecei a escrever. Foi mesmo um médico que me disse, que me ofereceu, aliás, uma caneta de tinta permanente e disse: "Olhe, a criatividade é como um prego num saco, a ponta acaba sempre por aparecer. Se você tem realmente alguma capacidade criadora, experimente escrever, é bem mais descansado do que tocar piano ou cantar ou qualquer profissão musical"».
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Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
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Em 1958, publica, em edição de autor, o seu primeiro livro de poesia, intitulado Um Ritmo Perdido.
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Em 1959, publica o primeiro poema concreto em Portugal: «[arca poeta seta]». A este propósito, diz: «O primeiro poema veio mal publicado no jornal, porque eles não sabiam o que era um poema concreto!»
[«Queda Livre», entrevista conduzida por Ruth Rosengarten, Arte Ibérica, n.º 4, Maio, 2000; in Ana Hatherly, Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética, Lisboa, Roma Editora, 2004, pp. 117.]
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Nos anos de 1960, integra o grupo da Poesia Experimental e começa a desenvolver também uma obra plástica.
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Em 1963, publica a sua primeira (e, de certo modo, única) obra em prosa, O Mestre, na Editora Arcádia.
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Em 1966, publica «Eros Frenético» e «No Grande Espaço É sempre Noite», no «2º Caderno Antológico» da Poesia Experimental, organizado por António Aragão, Herberto Helder e E. M. de Melo e Castro.
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Em 1969, publica, na Moraes Editores, 39 Tisanas, inventando a forma poética «tisana» – esta pertence, segundo a autora, à família do poema em prosa –, que vai praticar durante toda a sua vida. As últimas «tisanas», 463 Tisanas, são publicadas pela editora Quimera em 2006.
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É também em 1969 que expõe individualmente pela primeira vez. A exposição intitula-se Anagramas e teve lugar na Galeria Quadrante em Lisboa.
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Entre 1973 e 1975, publica três importantes livros de poemas ou textos visuais: Mapas da Imaginação e da Memória (1973), A Reinvenção da Leitura: Breve Ensaio Crítico seguido de 19 Textos Visuais (1975) e O Escritor (1975).
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Fez um curso de cinema na London International Film School, da qual obteve um diploma em 1974.
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Estava em Lisboa no 25 de Abril de 1974, que documentou artisticamente, em particular no filme Revolução (1975) e na série de colagens As Ruas de Lisboa (1977).
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No pós-25 de Abril, foi um dos sócios fundadores do P.E.N. Clube Português.
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Entre 1975 e 1976, foi docente no AR.CO, em Lisboa, e entre 1976 e 1978 leccionou na Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional.
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Em 1978, recebe a Medalha de Mérito Linguístico e Filológico Oskar Nobiling, concedida pela Sociedade Brasileira de Língua e Literatura, no Rio de Janeiro.
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Pelos mesmos anos, entre 1978 e 1979, cria para o Canal 2 da RTP o programa Obrigatório Não Ver, cujos guiões foram publicados num livro homónimo em 2009 pela editora Quimera.
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Em 1981, publica com E. M. de Melo e Castro a antologia PO.EX, na Moraes Editores, importante publicação que reúne alguns dos documentos e textos teóricos mais importantes do movimento da Poesia Experimental Portuguesa.
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Em 1986, doutorou-se em Literaturas Hispânicas do Século de Ouro na Universidade da Califórnia em Berkeley.
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Prossegue uma carreira como docente na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tornando-se professora catedrática do departamento de Estudos Portugueses.
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Entre 1988 e 1991, dirige a revista Claro-Escuro e, entre 1997 e 1999, a revista Incidências.
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Em 1998, recebe o Grande Prémio de Ensaio da APE/TELECOM por O Ladrão Cristalino: Aspectos do Imaginário Barroco. Em 1999, recebe o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português por Rilkeana.
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Tinha um ateliê em Cascais. Na entrevista que deu ao programa Entre Nós, à pergunta de Raquel Santos, «E vai continuar a pintar?», responde: «Ah, isso, eu espero que me deixem, porque eu só faço isso quando fujo da minha casa de Lisboa e dos meus milhares de livros que estão ali, para ir para o meu ateliê em Cascais, onde ninguém me fala, ninguém me vê!».
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Em 2001, publica a antologia Um Calculador de Improbabilidades, selecção de obras publicadas entre 1959 e 1989, incluindo alguns fac-símiles e, sobretudo, um prefácio e um «Roteiro» escritos por Hatherly que nos conduzem através da sua obra vanguardista e da sua participação na Poesia Experimental. Em 2003, segue-se outra publicação que inscreve um importante gesto antológico, desta vez em relação à obra plástica, intitulada A Mão Inteligente.
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Em 2003, recebe o Prémio Evelyn Encelot, em França, e o Prémio de Poesia Hanibal Lucic, na Croácia. No mesmo ano, recebe também o Prémio de Consagração da Associação Portuguesa de Críticos Literários por O Pavão Negro.
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Em 2007, publica, na &etc, o último livro de poesia A Neo-Penélope.
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Em 2009, é distinguida como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
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Em 2011, numa entrevista conduzida por Ana Marques Gastão, a uma pergunta que refere O Mestre e termina com «Nesta fase da sua vida e obra, sente-se como?», responde: «Para mim, sou transparente, para os outros, mais opaca, porque têm dificuldade em abarcar a totalidade das minhas facetas. Não diria que sou opaca, mas poliédrica. Nunca ninguém tem a certeza absoluta de que lado vou estar. Nem eu».
[«Entrevista com Ana Hatherly», in Ana Marques Gastão, O Falar dos Poetas, Porto, Afrontamento, 2011, p. 47.]
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Para além de ter sido uma prolífica tradutora – entre tantos outros, de Pavese, Sacher Masoch, Klossowski, Rougemont, Collin de Plancy, Lowry –, a sua obra também está traduzida em várias línguas – entre outras, em italiano, alemão, castelhano, francês.
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Faleceu em Lisboa, em 2015.
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Entre 2017 e 2018, duas importantes exposições são-lhe dedicadas em Lisboa: Ana Hatherly e o Barroco, na Fundação Calouste Gulbenkian, e Ana Hatherly: Território Anagramático, na Fundação Carmona e Costa.
378. Todos queremos ser amados, mas o artista quer sê-lo de uma maneira tão total, tão desalmada, que é impossível. Por isso cria. Mas o acto de criar tem muita lama: não é limpo, é mesmo um pouco sórdido, como nascer. O que oferecemos separa-se de nós. Como um segredo violado fica parecido com algo inefável ao ser tocado por uma impura mão.
Ana Hatherly, 463 Tisanas, Lisboa, Quimera, 2006, p. 139.
ANA HATHERLY OU A OBRA EM DERIVAÇÃO
348. Leio o último livro de Maria Zambrano onde ela fala do negativo do êxtase. O seu pensamento é tão intenso que me sufoca. É um desfilar de ideias-imagens que correm pela página como as fabulosas nuvens que vejo da minha janela ao fim da tarde e me fascinam. Sou um poeta-pintor mas é com a própria vida que crio a minha arte de ver.
Ana Hatherly, 463 Tisanas, Lisboa, Quimera, 2006, p. 130.
Ao olharmos a obra de Ana Hatherly cronologicamente, apercebemo-nos de como as variadas artes e ofícios foram praticados em simultâneo. Tudo começaria com a música, cedo – e involuntariamente – abandonada, porém sempre presente em toda a obra, sobretudo se pensarmos nas ideias de rigor, ritmo, tema e variação. Depois, viria a poesia – sucedem-se entre 1958 e 1960 os seus três primeiros livros: Um Ritmo Perdido, As Aparências, A Dama e o Cavaleiro –, rapidamente aparece a tradução e o ensaio e, sobretudo, a primeira obra em prosa, O Mestre, publicada em 1963. O Mestre é uma obra-chave, talvez a mais conhecida – é a mais reeditada –, e aquela que liga vários gestos transversais à criação hatherliana: o ensaístico e o experimental, e através deles a exploração da narrativa, numa intensa investigação (o epíteto de «novela filosófica» foi várias vezes utilizado) sobre o ensino, a aprendizagem e a criação, e podemos arriscar dizer que estas são outras formas de dizer a linguagem.
Se desde 1959 Hatherly publicava já poemas experimentais, em 1965, o livro Sigma representa mais concretamente essa viragem experimental, no sentido mais preciso do termo, o da participação enquanto artista e teórica no movimento da Poesia Experimental, no qual entra oficialmente em 1966. No prefácio a Um Calculador de Improbabilidades, a autora define essa «atitude experimental» no seu trabalho poético como correspondente «a uma forma criativa de investigar as possibilidades da linguagem poética submetendo-a a uma experimentação sistemática», e tendo por objectivo «tentar produzir novas formas de praticar a poesia» («Prefácio», Um Calculador de Improbabilidades, p. 7). Em Sigma, é então evidente, por um lado, a contaminação do poema e da prosa, por outro, a relação com a máquina (a robótica, a inteligência artificial, a ciência e a tecnologia de ponta); estes são dois aspectos evidentemente muito diferentes, mas fundamentais da obra, e visíveis na publicação, pela primeira vez, de um dos textos mais conhecidos da autora: «O Poeta Robot H2».
Sobre o carácter experimental da sua poética, Hatherly escreve: «Na criação poética experimental, que assenta no princípio de uma pesquisa contínua que se auto-justifica e que pode utilizar qualquer suporte, o mais significativo factor é o da experiência, que se torna sistemática. [...] O experimentador, como o experienciador, aproxima a arte da vida, assumindo a responsabilidade de uma subversão da ordem estabelecida, pela qual a criatividade se torna gesto revolucionário» («Prefácio», Um Calculador de Improbabilidades, pp. 7-8). Alguns livros muito importantes são publicados neste momento: nomeadamente Estruturas Poéticas – Operação 2 (1967), Anagramático (1970), e em 1969 são publicadas as primeiras «tisanas», 39 Tisanas, logo seguidas, em 1973, de mais 63 Tisanas (as «tisanas» 40 a 102).
As «tisanas» são uma das linhas – chamemos-lhes assim – fundamentais da obra de Hatherly, não só pela longevidade, de 1969 a 2006, de 39 a 463 Tisanas (falhando por pouco o objectivo de escrever quinhentas), e logo pela forma como acompanham a obra num contínuo «work in progress» (463 Tisanas, 2006, p. 14), mas também por ser invulgar um autor criar uma forma que lhe é exclusiva. Hatherly refere-se às «tisanas» de variadas formas, como se estivesse numa constante procura de definição: afirma que são «pequenas narrativas, que pertencem à área do poema em prosa» (463 Tisanas, 2006, p. 14), também lhes chama «semi-fábulas», podíamos falar de anedotas, fragmentos, koans. A verdade é que as «tisanas», não se enquadrando em nenhuma categoria em particular, como que participam de todas, inspirando-se nelas ou em alguns dos seus traços. Segundo Hatherly, o que as define também é o «acontecer», em cada «tisana» acontece alguma coisa. E o que as distingue é o facto de serem «infusões e não efusões» (463 Tisanas, 2006, p. 14), isto é, as «tisanas» têm que ver com um certo desfazer, com a transformação de duas matérias em contacto (a planta e a água) que formam uma outra, a tisana; não se trata de uma expansão, mas da absorção de um meio por outro. Podemos dizer que a autora pensa as «tisanas» como se estas participassem de tudo isto e não encontrassem definição senão no gesto mesmo de, de cada vez, se indefinirem, de – poderíamos dizer – se infundirem.
Contemporaneamente, Hatherly participa e cria happenings e performances, e a obra plástica conhece uma primeira exposição individual, em 1969, na Galeria Quadrante, intitulada Anagramas. Em 1973, outro momento-chave, dá-se a publicação de Mapas da Imaginação e da Memória, fruto do estudo da caligrafia arcaica chinesa e da vontade de criar novos alfabetos. Em relação a este momento, afirma: «Depois do radicalismo de Estruturas Poéticas em Operação 2 e de Anagramático há uma nítida inflexão no meu trabalho experimental. [...] Passei a desenvolver mais a vertente do poema em prosa, praticado nas Tisanas, e a vertente da Poesia Visual na sua relação com a escrita chinesa arcaica e com a produção barroca» («Roteiro», Um Calculador de Improbabilidades, p. 22). Este é também o momento do cinema, intimamente ligado ao lado performativo da obra, com as curtas-metragens londrinas: The Thought Fox, de 1972, que consiste numa encenação de uma cena de escrita à máquina enquanto se lê o poema homónimo de Ted Hughes; do mesmo ano, Spaghetti Time não está, por enquanto, conservada no ANIM; C.S.S. (Cut-Outs, Silk, Sand), de 1975, representa um exercício verdadeiramente experimental no cinema, com formas geométricas e orgânicas que se metamorfoseiam no ecrã, evocando as experiências do «cinema puro» das vanguardas dos anos de 1920.
Outra faceta particularmente importante da obra de Hatherly é o ensaísmo. Em primeiro lugar, podemos identificar o gesto do ensaio em toda a sua obra literária, aparecendo de forma mais ou menos literal. Pensemos, entre outros, em «Notas para uma Teoria do Poema-Ensaio», de O Cisne Intacto (1983), e, em A Idade da Escrita (1998), que incorpora um gesto afim, frequentemente assumido, de que é exemplo o poema «A Idade da Escrita – Poema-Ensaio». Esta ideia de gesto ensaístico espelha-se também na forma através da qual Hatherly procura, multiplicando-os, os nomes a dar às formas que cria. Se as «tisanas» são um caso paradigmático disto, interessa também essa espécie de trilogia de poemas visuais (ou textos visuais) constituída por Mapas da Imaginação e da Memória (1973), A Reinvenção da Leitura (1975) e O Escritor (1975), aos quais Hatherly se referirá também como livros de artista, juntando-lhes Escrita Natural (1988). Em segundo lugar, e de forma mais concreta – o da produção de ensaios teóricos num sentido mais tradicional –, esse gesto é essencial não só na teorização do movimento da Poesia Experimental e do Vanguardismo das décadas de 1960 e de 1970 em Portugal (O Espaço Crítico: Do Simbolismo à Vanguarda, de 1979, e PO.EX: Textos Teóricos e Documentos da Poesia Experimental Portuguesa, de 1981, editado com E. M. de Melo e Castro, só para dar dois exemplos), mas também num outro importante corpo de trabalho hatherliano, teórico e de edição, aquele que dedica ao Barroco (por exemplo, A Experiência do Prodígio, de 1983, e O Ladrão Cristalino, de 1997). Essa relação com o Barroco foi, como muitas vezes documentado, essencial para a sua própria obra artística: a estética barroca «está presente sobretudo na sua faceta de um assumido jogo, de um pacto lúdico que implica necessariamente a consciência da íntima ligação entre escrita e leitura, que subjaz a todo o texto, poético ou não, e que é sempre exploratória» («Prefácio», Um Calculador de Improbabilidades, p. 11).
Como se vai tornando claro, Ana Hatherly nunca abandona na sua extensa obra um gesto experimental, mesmo quando este já não está integrado na Poesia Experimental enquanto tal (a autora sublinha várias vezes que a vanguarda tem um tempo específico, uma vanguarda que dure seria contraditório nos termos), mesmo quando regressa ao que poderíamos considerar uma forma mais convencional de poema. Em 1983, publica O Cisne Intacto, e afirma: «esta obra representa um ponto culminante na minha produção poética – um ponto de maturidade, de domínio da forma e da expressão que só foi possível atingir depois de mais de 20 anos de actividade experimental» («Roteiro», Um Calculador de Improbabilidades, p. 24).
Na década de 1990, sucedem-se também várias edições críticas de textos barrocos (entre eles os de Sóror Maria do Céu, Frei Jerónimo Baía e António Barbosa Bacelar) e livros de ensaio importantes como A Casa das Musas (1995) e o já citado O Ladrão Cristalino (1997).
Em 1992, uma importante exposição é dedicada à sua obra no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian: Obra Visual: 1960-1990. No catálogo da exposição, Hatherly retoma uma importante fórmula escrita em 1979: «O meu trabalho começa com a escrita – sou um escritor que deriva para as artes visuais através da experimentação com a palavra. [...] O meu trabalho também começa com a pintura – sou um pintor que deriva para a literatura através de um processo de consciencialização dos laços que unem todas as artes, particularmente na nossa sociedade» («Autobiografia Documental», in Obra Visual: 1960-1990, Lisboa, F. Calouste Gulbenkian, 1992, p. 75, ênfase da autora). Esta formulação significa o território híbrido onde começa o gesto artístico hatherliano.
Notemos também, em jeito de parêntesis, que os livros de Hatherly começam a integrar desenhos da artista, tanto na capa como por vezes no interior, como é o caso de O Cisne Intacto, mas também de Rilkeana (1999) e de O Pavão Negro (2003), ambos publicados pela Assírio & Alvim. Se O Pavão Negro começa por ser uma exposição na Galeria Presença, no Porto – na qual se distribuía como folha de sala o poema «O Pavão Negro» –, três outras exposições da Fundação Calouste Gulbenkian se seguem: Hand Made: Obra Recente (2000), Ana Hatherly: Anos 60-70 (2005), em Lisboa, e Dessins, collages et papiers peints (2005), em Paris.
Para além das exposições mencionadas, da publicação de duas antologias poéticas (Um Calculador de Improbabilidades, em 2001, e Interfaces do Olhar, em 2004) e de uma plástica (A Mão Inteligente, em 2004), e de alguns livros de poesia (O Pavão Negro, em 2003, Itinerários, no mesmo ano, Fibrilações, em 2005, Neo-Penélope, em 2007, aos quais poderíamos juntar as 463 Tisanas em 2006), nestes mesmos anos 2000, Hatherly vai executar um outro gesto significativo em relação à sua obra, desta vez cinematográfica: concebe novas montagens de algumas das suas curtas-metragens. Revolução, de 1975, ganha uma nova versão em 2001, Rotura, de 1977, em 2007, Diga-me, o Que É a Ciência?, I e II, de 1976, são remontadas em 2009.
Ana não é só o nome próprio desta obra, mas partícula que não cessou de atravessar toda a sua criação, que se tornou dela motor, assinando, assinalando, uma propriedade e uma pertença, e lembrando, sublinhando, esse laço entre vida e criação, repetindo-se sempre: Tisanas, Anagramático, «Leonorana», Anacrónicas, Joyciana, Anacrusa, Rilkeana:
Ana Hatherly – Ana é uma partícula útil. Tornou-se uma espécie de assinatura extra. Eu não me identifico com o meu nome, mas preciso de uma assinatura. Tisanas, Anagramático, Anacrusa, Rilkeana. É uma impressão digital. Mas eu não me reconheço no meu nome nem em nada do que faço – eu não sou o que faço. O que faço sai completamente fora de mim. Não quer dizer que não tenha a consciência do que faço, mas é outra entidade.
Pedro Sena-Lino – De toda a forma há uma marca pessoal. O nome é o que chama as coisas. E ao conceder o seu nome ao que chama «as coisas», estabelece-se um outro nível de relação. Porque a obra não precisa de si, nem precisa do título – basta ser chamada «a obra» para ela existir por si, não se vincula – mas a verdade é que essa assinatura está lá, essa impressão digital.
Ana Hatherly – É a marca da «mão inteligente»: é «a sombra, o perfil». É exactamente isso. E essa presença em toda a minha obra é extensa. O nome que dou às coisas, as coisas assumem-no. Eu apenas crio entidades.
«A Mão Inteligente de "Um Calculador de Improbabilidades" – Entrevista a Ana Hatherly», conduzida por Pedro Sena-Lino, Público, Suplemento «Mil Folhas», 6/4/2002; in Ana Hatherly, Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética, Lisboa, Roma Editora, 2004, p. 142.
E lemos:
a etérea matéria
tem em comum com a forma
a norma
a alegria
porém
é isenta
quando se une a elas
experimenta
quando escrevo sou ana
soberana
O Cisne Intacto, Porto, Limiar, p. 13.
* O asterisco marca uma obra que aparece, em categorias diferentes,
mais do que uma vez na bibliografia.
Obra literária
1958 – Um Ritmo Perdido (Lisboa, ed. autor)
1959 – As Aparências (Lisboa, Sociedade de Expansão Cultural)
1960 – A Dama e o Cavaleiro (Lisboa, Guimarães)
1963 – O Mestre (Lisboa, Arcádia) [2ª ed., Lisboa, Moraes, 1976; 3ª ed., Lisboa, Quimera, 1995; 1ª ed. no Brasil, Rio de Janeiro, 7Letras, 2006; 5ª ed., Lisboa, Ulisseia, 2010; ed. fac-similada, Lisboa, A Bela e o Monstro, 2016]
1965 – Sigma (Lisboa, ed. autor)
1966 – «Eros Frenético» e «No Grande Espaço É sempre Noite», Poesia Experimental: 2º Caderno Antológico
1967 – Estruturas Poéticas – Operação 2 (Lisboa, ed. autor)
1967 – «No Restaurante» in Antologia do Conto Fantástico Português (Lisboa, Afrodite, pp. 413-417; 2ª ed., 1974; 3ª ed., Lisboa, Arte Mágica Editores, 2003)
1968 – Eros Frenético (Lisboa, Moraes)
1969 – 39 Tisanas (Porto, Coleção Gémeos 2)
1970 – Anagramático (Lisboa, Moraes)
1973 – 63 Tisanas [63 «tisanas» inéditas (40-102)] (Lisboa, Moraes)
*1973 – Mapas da Imaginação e da Memória (Lisboa, Moraes)
*1975 – A Reinvenção da Leitura: Breve Ensaio Crítico seguido de 19 Textos Visuais (Lisboa, Futura)
*1975 – O Escritor (Lisboa, Moraes)
1977 – Crónicas, Anacrónicas, Quase-Tisanas e outras Neo-Prosas (Lisboa, Iniciativas Editoriais, col. «Real-Imaginário»)
1979 – «O Tacto» in Poética dos Cinco Sentidos (Lisboa, Livraria Bertrand, pp. 45-52)
1980 – Poesia 1958-1978 [antologia; publicação de «73 Tisanas (Inéditas)» (103-176)], (Lisboa, Moraes)
1982 – «Anaviva e Plurilida – 23 Variações sobre Fragmentos de Finnegans Wake de James Joyce» in Joyciana (Lisboa, & etc)
1983 – O Cisne Intacto (Porto, Limiar)
1983 – Anacrusa: 68 Sonhos (Lisboa, & etc)
1988 – A Cidade das Palavras [publicação de todas as «tisanas» já publicadas e de 45 inéditas (177-222)] (Lisboa, Quetzal)
*1988 – Escrita Natural (Lisboa, Diferença)
1994 – Volúpsia (Lisboa, Quimera)
1997 – 351 Tisanas (Lisboa, Quimera)
1998 – A Idade da Escrita (Lisboa, Tema)
1999 – Rilkeana (Lisboa, Assírio & Alvim, 1999)
1999 – Elles: Um Epistolado, com Alberto Pimenta (Lisboa, Editorial Escritor)
2001 – Um Calculador de Improbabilidades [antologia 1959-1989] (Lisboa, Quimera)
2003 – O Pavão Negro (Lisboa, Assírio & Alvim)
2003 – Itinerários (Vila Nova de Famalicão, Quasi)
*2004 – Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética (Lisboa, Roma Editora)
2005 – Fibrilações (Lisboa, Quimera)
2006 – 463 Tisanas (Lisboa, Quimera)
2007 – A Neo-Penélope (Lisboa, & etc)
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Ensaios e Edições Críticas
1962 – Nove Incursões (Lisboa, Sociedade de Expansão Cultural)
*1975 – A Reinvenção da Leitura: Breve Ensaio Crítico seguido de 19 Textos Visuais (Lisboa, Futura)
1979 – O Espaço Crítico: Do Simbolismo à Vanguarda (Lisboa, Caminho)
1981 – PO.EX: Textos Teóricos e Documentos da Poesia Experimental Portuguesa, com E. M. de Melo e Castro (Lisboa, Moraes)
1983 – A Experiência do Prodígio: Bases Teóricas e Antologia de Textos Visuais Portugueses dos Séculos XVII e XVIII (Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda)
1989 – «Introdução», Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa 1959-1989 (Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa)
1989 – Defesa e Condenação da Manice, apresentação, notas e fixação do texto (Lisboa, Quimera)
1990 – Poemas em Língua de Preto dos Séculos XVII e XVIII, apresentação, notas e fixação do texto (Lisboa, Quimera)
1991 – Elogio da Pintura de Luís Nunes Tinoco, apresentação e edição, inclui um estudo crítico de Luís de Moura Sobral (Lisboa, Instituto Português do Património Cultural)
1991 – A Preciosa, de Sóror Maria do Céu, edição actualizada do códice 3773 da Biblioteca Nacional de Portugal, precedida por um estudo (Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica)
1991 – Lampadário de Cristal, de Frei Jerónimo Baía, apresentação crítica, fixação do texto, notas, glossário e roteiro de leitura (Lisboa, Editorial Comunicação)
1991 – O Desafio Venturoso, de António Barbosa Bacelar, organização e prefácio (Lisboa, Assírio & Alvim)
*1992 – Triunfo do Rosário, de Sóror Maria do Céu, tradução e apresentação (Lisboa, Quimera)
1995 – A Casa das Musas: Uma Releitura Crítica da Tradição (Lisboa, Estampa)
1997 – O Ladrão Cristalino: Aspectos do Imaginário Barroco (Lisboa, Cosmos)
1997 – Os Sentidos e o Sentido: Literatura e Cultura Portuguesas em Debate: Homenageando Jacinto do Prado Coelho, volume colectivo organizado com Silvina Rodrigues Lopes (Lisboa, Cosmos)
2002 – Frutas do Brasil numa Nova, e Ascetica Monarchia, consagrada à Santíssima Senhora do Rosário, de António do Rosário, apresentação (Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal)
2003 – Poesia Incurável: Aspectos da Sensibilidade Barroca (Lisboa, Estampa)
*2004 – Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética (Lisboa, Roma Editora)
2009 – Obrigatório Não Ver (Lisboa, Quimera)
2010 – «O Fascínio do Interdito», in José Bragança de Miranda (org.), Sob o Ditado de Pierre Klossowski: Ekphrasis para «Les Barres parallèles» (Lisboa, Museu Colecção Berardo, 2010, pp. 25-28)
2016 – Ana Hatherly: Esperança e Desejo, Aspectos do Pensamento Utópico Barroco, edição e prefácio de Ana Marques Gastão (Lisboa, Theya)
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Happenings, Performances, Instalações
1967 – Conferência-Objecto, com E. M. de Melo e Castro, José-Alberto Marques, Jorge Peixinho e uma introdução de José Augusto-França (Lisboa, Galeria Quadrante)
1977 – Rotura (Lisboa, Galeria Quadrum)
1977 – Mitologias Locais (Lisboa, SNBA)
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Exposições Individuais
1969 – Anagramas (Lisboa, Galeria Quadrante)
1974 – Pintura e Desenho (Lisboa, Galeria Judite da Cruz)
1974 – Ana Hatherly (Porto, Mini Galeria)
1977 – Rotura (Lisboa, Galeria Quadrum)
1979 – Desenho no Espaço (Lisboa, Galeria Tempo)
1980 – Descolagens da Cidade (Coimbra, Galeria C.A.P.C.)
1992 – Obra Visual: 1960-1990 (Lisboa, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)
1997 – Viagem à Índia e outros Percursos (Lisboa, Museu do Chiado)
1997 – Ana Hatherly a Preto e Branco (Porto, Galeria Presença)
1999 – O Pavão Negro (Porto, Galeria Presença)
2000 – Hand Made: Obra Recente (Lisboa, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)
2003 – Mix Media: Dedicado ao Homem Invisível (Lisboa, Galeria Diferença)
2004 – Obras de Ana Hatherly: Abril 74-04 (Câmara Municipal de Lisboa)
2005 – Ana Hatherly: Anos 60-70 (Lisboa, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian)
2005 – Dessins, collages et papiers peints (Paris, Fondation Calouste Gulbenkian)
2005 – Ana Hatherly: Obras Várias (Lisboa, Galeria Miguel Nabinho)
2008 – A Arte do Suspenso (Lisboa, Galeria Ratton)
2013 – Ana Hatherly: No Princípio Está o Gesto (Lisboa, Teatro Nacional D. Maria II)
2016 – Ana Hatherly: Pintura de Signos (Lisboa, Fundação Portuguesa das Comunicações)
2017-18 – Ana Hatherly e o Barroco: Num Jardim Feito de Tinta (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian)
2018 – Ana Hatherly: Território Anagramático (Lisboa, Documenta/ Fundação Carmona e Costa)
2018 – Ana Hatherly: O Prodígio da Experiência (Almada, Galeria Municipal de Arte)
2019 – Ana Hatherly: Obra Gráfica e Colagens (Setúbal, Galeria Casa d'Avenida)
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Obra plástica
*1973 – Mapas da Imaginação e da Memória (Lisboa, Moraes)
*1975 – O Escritor (Lisboa, Moraes)
*1988 – Escrita Natural (Lisboa, Diferença)
1992 – Ana Hatherly: Obra Visual: 1960-1990 (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian)
1997 – Ana Hatherly: Viagem à Índia e outros Percursos (Lisboa, Museu do Chiado)
2000 – Ana Hatherly: Hand Made: Obra Recente (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian)
2003 – A Mão Inteligente (Lisboa, Quimera)
*2005 – Ana Hatherly. Collages et papiers peints (Paris, Fondation Calouste Culbenkian)
2017 – Ana Hatherly e o Barroco: Num Jardim Feito de Tinta (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian)
2017 – Ana Hatherly: Território Anagramático (Lisboa, Documenta/ Fundação Carmona e Costa)
2018 – Ana Hatherly: O Prodígio da Experiência: Obras do Arquivo Fernando Aguiar (Almada, Câmara Municipal)
— Ana Hatherly na Colecção de Arte Contemporânea (FLAD)
— Ana Hatherly no Museu Calouste Gulbenkian
— Ana Hatherly na Fundação de Serralves
— Ana Hatherly no Museu Colecção Berardo
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Filmografia
1972 – The Thought Fox (curta-metragem, Londres, 16 mm, 1')
1972 – Spaghetti Time (curta-metragem, Londres, 35 mm, pintura sobre película)
1975 – C.S.S. (Cut-Outs, Silk, Sand) (curta-metragem, Londres, animação, 2')
1975 – Revolução [trailer] (curta-metragem, Lisboa, 16 mm, 11'; remontada em 2001)
1976 – Diga-me, o que É a Ciência? – I (curta-metragem, Lisboa, Direcção-Geral da Educação Permanente, 16 mm, 20'; 17' na remontagem de 2009)
1976 – Diga-me, o que É a Ciência? – II (curta-metragem, Lisboa, Direcção-Geral da Educação Permanente, 16 mm, 15'; 12' na remontagem de 2009)
1977 – Música Negativa (curta-metragem, Lisboa, 16 mm)
1977 – Rotura (curta-metragem, Lisboa, Galeria Quadrum, 16 mm, 6'; 16' na remontagem de 2007)
1999 – Pavão Negro [I e II], com Rui Calçada de Bastos (vídeo)
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Tradução
1961 – Nicolau Berdiaeff, Cinco Meditações sobre a Existência (Lisboa, Guimarães)
1965 – Cesare Pavese, Férias em Agosto (Lisboa, Arcádia)
1966 – Leopold von Sacher Masoch, A Vénus de Kazabaika, prefácio de Júlio Moreira (Lisboa, Afrodite; 2ª ed., com prefácio de Ana Hatherly, Lisboa, Relógio d'Água, 1993)
1968 – Pierre Klossowski, Sade, Meu Próximo (Lisboa, Moraes)
1968 – Denis de Rougemont, O Amor e o Ocidente (Lisboa, Moraes; 2ª ed., Lisboa, Vega, 1989; 3ª ed., Lisboa, Vega, 1999)
1969 – J. Collin de Plancy, Dicionário Infernal, com prefácio e notas da tradutora (Lisboa, Galeria Panorama; 2ª ed. Lisboa, Cavalo de Ferro, 2002)
1974 – Robert Littell, O Peão Agressivo (Lisboa, O Século)
1976 – Malcolm Lowry, Ouve-nos, Senhor, do Céu que É a tua Morada (Lisboa, Iniciativas Editoriais; 2ª ed., com o título Através do Canal do Panamá, Lisboa, Relógio d'Água, 1991)
1981 – 21 Poetas Suecos, coordenação e colaboração (Lisboa, Vega)
1982 – Leland Robert Guyer, Imagística de Espaço Fechado na Poesia de Fernando Pessoa (Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda)
1992 – Kenneth Koch, A Magia dos Números e outros Poemas, tradução colectiva (Lisboa, Quetzal)
*1992 – Sóror Maria do Céu, Triunfo do Rosário (Lisboa, Quimera)
1992 – Gunnar Ekelöf, Antologia Poética, organização, tradução com Vasco Graça Moura e Marianne Sandels (Lisboa, Quetzal)
1995 – Ruth Fainlight, Visitação, organização e prefácio, tradução colectiva (Lisboa, Quetzal)
1996 – Herman de Coninck, Os Hectares da Memória, tradução colectiva (Lisboa, Quetzal)
2003 – Han-Shan, O Vagabundo do Dharma: 25 Poemas, caligrafias de Li Kwok-Wing, a partir da tradução de chinês para francês de Jacques Pimpaneau, versões poéticas e prefácio da tradutora (Lisboa, Cavalo de Ferro)
2005 – Sayd Bahodine Majrouh, A Voz Secreta das Mulheres Afegãs: O Suicídio e o Canto, com introdução e nota da tradutora (Lisboa, Cavalo de Ferro)
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Entrevistas
1976 – «Entrevista a Ana Hatherly», conduzida por Joaquim Manuel Magalhães, Os Homens, os Livros e as Coisas, RTP1, vídeo (22').
2000 – «Entrevista a Ana Hatherly», conduzida por Maria João Lopes Fernandes, Arte Teoria, n.º 1, pp. 40-44; in Maria João Lopes Fernandes, O Encontro entre a Poesia e as Artes Visuais: Poesia Experimental Portuguesa – 1964-1974, tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, 2018, pp. 505-511.
2000 – «Queda Livre», entrevista conduzida por Ruth Rosengarten, Arte Ibérica, n.º 4, Maio; in Ana Hatherly, Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética, Lisboa, Roma Editora, 2004, pp. 115-123.
2001 – «Entrevista com Ana Hatherly», conduzida por Fernando J. B. Martinho, Hablar/Falar de poesia, n.º 4; in Ana Hatherly, Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética, Lisboa, Roma Editora, 2004, pp. 129-138.
2002 – «A Mão Inteligente de "Um Calculador de Improbabilidades" – Entrevista a Ana Hatherly», conduzida por Pedro Sena-Lino, Público, Suplemento «Mil Folhas», 6/4/2002; in Ana Hatherly, Interfaces do Olhar: Uma Antologia Crítica, uma Antologia Poética, Lisboa, Roma Editora, 2004, pp. 139-145 [em tradução francesa: «Hatherliana : étayer la résurrection. Entretien avec Ana Hatherly», Plural Pluriel, n.º 16, 2007, s/p].
2003 – «Entrevista a Ana Hatherly», conduzida por Raquel Santos, Entre Nós, Universidade Aberta/ RTP, vídeo (31').
2004 – «Ana Hatherly», entrevista conduzida por Ana Sousa Dias, Por outro Lado, RTP2, vídeo (56').
2005 – «Entretien avec Ana Hatherly», entrevista conduzida por Ana Vasconcelos e Melo, in Ana Hatherly. Dessins, collages et papiers peints, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2005, pp. 7-15).
2007 – «Entrevista com Ana Hatherly», conduzida por Horácio Costa, Via Atlântica, n.º 11, pp. 17-22.
2010 – «Entrevista a Ana Hatherly: "Tive que pagar um alto preço por esta minha singularidade"», entrevista conduzida por Cecília Barreira, in M. do R. Monteiro e M. do R. Pimentel (org.), Leonorama: Volume de Homenagem a Ana Hatherly, Lisboa, Colibri, pp. 9-15.
2011 – «Entrevista com Ana Hatherly», in Ana Marques Gastão, O Falar dos Poetas, Porto, Afrontamento, pp. 33-47.
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Obra Traduzida
1994 – 77 Tisane, ed. bilingue, tradução de Adelina Alettu, desenhos de Giuseppe Gallo (Verona, Colpo di Fulmine Editore)
1998 – Tisanas, ed. bilingue, tradução de Elfriede Engelmayer, desenhos de Ana Hatherly (Berlim, Tranvia)
1998 – Tisanas, tradução de Mario Morales Castro (Cidade do México, Verdehalago)
2002 – Théâtres de la parole, tradução de Catherine Dumas (Billère, Éditions Vallongues)
2004 – Tisanas, ed. bilingue, tradução de Manuel do Nascimento (Sófia, Carina M.)
2004 – A Idade da Escrita, ed. bilingue, tradução de Karina Todorova (Sófia, Carina M.)
2004 – 51 Tisanes, tradução de Xulio Ricardo Trigo e Júlia Cortès Ortega (Valência, Perifèric Edicions)
*2005 – Fibrilações, ed. bilingue, tradução para castelhano de Perfecto E. Quadrado (Lisboa, Quimera)
*2005 – Ana Hatherly. Dessins, collages et papiers peints (Paris, Fondation Calouste Gulbenkian)
2013 – L'Invention de l'écriture, tradução de Catherine Dumas (Paris, Pagine d'Arte)
2015 – Le Roi de pierre [trad. de O Mestre], tradução de Catherine Dumas (Paris, Éditions Anne Rideau)
— Ana Hatherly no Poems from the Portuguese.
— Ana Hatherly no Arquivo Digital da PO.EX.
BIBLIOGRAFIA SECUNDÁRIA
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Claudio DANIEL – Ver Claudio Alexandre de Barros TEIXEIRA
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João SILVÉRIO (2017), «Escutar o Mundo É a Possibilidade de o Escrever enquanto Acto e Desenho», in Ana Hatherly, Território Anagramático, Lisboa, Documenta/ Fundação Carmona e Costa, pp. 55-63.
--- (2017), «Ana Hatherly : une géographie anagrammatique – Dessins de la Collection d'art contemporain de la Fondation luso-américaine pour le développement», Plural Pluriel, n.º 16, s/p.
José Manuel Rocha de SOUSA (2010), «Os Restos da Escrita», in M. do R. Monteiro e M. do R. Pimentel (org.), Leonorama: Volume de Homenagem a Ana Hatherly, Lisboa, Colibri, pp. 113-115.
Claudio Alexandre de Barros TEIXEIRA (2016), «Ana Hatherly e a Reinvenção do Oriente», Colóquio/Letras, n.º 193, pp. 75-84.
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--- (2009), A Estética do Labirinto: Barroco e Modernidade em Ana Hatherly, dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
--- (2009), «Barroco e Visualidade em Ana Hatherly», Cadernos de Letras da UFF, n.º 39, pp. 235-252.
--- [Claudio Daniel] (2009), «Sonho, Mito e Escritura em Ana Hatherly», Revista Desassossego, n.º 1, pp. 1-13.
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--- [Claudio Daniel] (2007), «A Escrita em Metamorfose: Uma Leitura das "Tisanas"», Via Atlântica, n.º 11, pp. 61-71; Forma Breve, n.º 5, pp. 307-315.
Maurício Salles de VASCONCELOS (2007), «Hatherlyana», Via Atlântica, n.º 11, pp. 49-60.
Yara Frateschi VIEIRA (1984), «[Recensão a "A Experiência do Prodígio"]», Colóquio/Letras, n.º 81, pp. 91-92.
Hellmut WÖHL (1992), «Ana Hatherly's "Streets of Lisbon"/ "As Ruas de Lisboa" de Ana Hatherly», in Ana Hatherly, Obra Visual: 1960-1990, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 87-88.
— Sobre Ana Hatherly no Arquivo Digital da PO.EX.
— Ana Hatherly: dossier pedagógico da Fundação de Serralves.
À VOLTA DE ANA HATHERLY
Fernando AGUIAR (2019), «Podcast: 90 Anos de Ana Hathery», conversa conduzida por Fernando Ramalho, Livraria Tigre de Papel, 23 de Maio.
--- (curadoria; 2016), ReAnagramas, Lisboa, Galeria da Boavista.
António BARROS (2016), AH_LiHonorAna_Obgesto, exposição ReAnagramas.
--- (2014), Memórias_Véus de Escrita.
BERLAU (2017), Meta-Sonorização. Em Diálogo com Ana Hatherly, CD.
João Pedro da COSTA (2015), «Tr(3)s Poemas Ambientais para Ana Hatherly», ESC:ALA, n.º 6.
Patrícia LINO (realização; 2019), Vibrant Hands [trailer], vídeo.
João MADUREIRA (composição; 2003), Três Momentos para Ana Hatherly, concerto encenado por Ana Tamen, com Orchestrutopica, Ana Ester Neves e Ana Paula Russo (sopranos), Lisboa, Culturgest.
Luís Alves de MATOS (realização; 2002), Ana Hatherly – A Mão Inteligente [trailer], vídeo, 41'.
Filomena MOLDER, João SILVÉRIO e Fernando AGUIAR (2018), Conversa a propósito do lançamento do catálogo Ana Hatherly: Território Anagramático.
Mathilde Ferreira NEVES (realização; 2015), «Estudos para a Vertigem (VIII)», ESC:ALA, n.º 6.
--- (realização; 2014), «Estudos para a Vertigem (V)», ESC:ALA, n.º 3.
Manuel PORTELA (curadoria; 2016), «Ana Hatherly: Anagramas da Escrita», texto de apresentação do ciclo, Festival Silêncio.
Rui TORRES (2016), «Fantasia Breve, a Palavra-Espuma», Festival Silêncio, in Arquivo Digital da PO.EX.